Discussão aprofundada do assunto será retomada. Assunto exige intensificação do debate pois, conforme projeto ético-político do Serviço Social, estágio é um contato direto com a realidade e exige supervisão presencial, impossibilitada durante a pandemia.
Cerca de 100 pessoas, entre assistentes sociais, docentes, coordenadores de cursos, supervisores de estágio e representantes de estudantes das faculdades de Serviço Social da Região Centro-Oeste participaram de videoconferência promovida pela Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS), realizada em parceria com os conselhos regionais CRESS Goiás, CRESS Distrito Federal e CRESS Mato Grosso. A II Reunião Ampliada do Centro-Oeste teve como objetivo socializar os desafios da formação profissional que envolve estágio e desenvolver propostas para uma formação de qualidade e traçar estratégias coletivas de enfrentamento à situação imposta pela pandemia na graduação e pós-graduação das Unidades de Formação Acadêmica (UFAS) da Região e fortalecer a relação entre as instituições formadoras, os CRESS, a ABEPSS e o Movimento Estudantil.
Durante o encontro, coordenadores/as dos cursos e/ou supervisores de estágio em Serviço Social da Região expuseram a situação de cada unidade de ensino, com destaque para o corpo discente. Foi apresentado que as dificuldades de acesso ao ensino superior e o alto índice de evasão das UFAS, embora tenha sido agravado com a pandemia, são anteriores devido à redução das bolsas tanto na graduação como na pós graduação. Atualmente, os cursos em faculdades particulares têm funcionado com aulas remotas e as públicas estão fechadas.
A questão do estágio remoto foi um dos principais assuntos tratados. A avaliação das/os docentes é de que estágio é aprendizado e requer supervisão permanente, o que não é possível ocorrer com qualidade em meio à pandemia, já que impossibilita a orientação presencial. Por isso, desde o início da crise sanitária, baseados no projeto ético-político da profissão, a ABEPSS, o CFESS e os CRESS têm se posicionado contrários ao estágio remoto e defendido a retomada do estágio presencial somente após a pandemia, de modo a garantir a qualidade do ensino e resguardar a saúde e a vida de estudantes e professores envolvidos nesse processo de aprendizado da profissão. Por outro lado, estudantes que têm estágio com bolsa declararam que precisam desse recurso para se manterem no curso. Outros, que têm pressa em se formar, afirmam depender de terminar o estágio dentro do cronograma, informa a conselheira do CRESS Goiás, professora da PUC Goiás e representante da Pós-Graduação da ABEPSS na Região Centro-Oeste, Maria Conceição Padial.
Há ainda situações como a do curso de Serviço Social da UFG/Regional Goiás, que têm uma parcela significativa dos estudantes composta por mulheres de origem camponesa, indígenas e quilombolas, que não dispõem de recursos e equipamentos adequados para acompanhar as aulas de forma remota. Naquela unidade de ensino, as coordenações de estágio e do curso, com o apoio do Centro Acadêmico Carlos Marighella, são contrárias à retomada de aulas de forma remota, assim como são contra o estágio remoto. “Estamos fazendo um movimento para evitar a retomada das aulas já que não há as condições necessárias para que ocorram”, ressalta o coordenador do curso, professor George Ceolin. O Conselho Universitário da UFG deliberou em reunião pela retomada das aulas, de forma remota, a partir da segunda quinzena de agosto.
Como a questão do estágio é um dos maiores gargalos da profissão, o que se agudiza em meio à pandemia, a reunião tirou como encaminhamento a formação de uma comissão composta por representantes da ABEPSS, CFESS, CRESS, Movimento Estudantil e das UFAS para marcar um debate específico sobre o tema, com indicativo para a primeira semana de agosto.
A conselheira presidente do CRESS Goiás, Nara Costa, avalia que a reunião foi altamente proveitosa. “Temos desafios novos com a pandemia e a atuação conjunta é muito importante nesse cenário˜, destaca. Segundo Nara, o Conselho goiano, a partir de reunião comissões de Fiscalização, Trabalho e Formação Profissional e Permanente de Inscrição - está elaborando um documento que será encaminhado às instituições formadoras solicitando informações sobre como estão atuando em relação ao estágio.
O encontro desta quinta-feira, 9 de julho, foi coordenado pelos professores Esther Luiza de Souza Lemos e Josiley Rafael, respectivamente presidente e vice-presidente da ABEPSS. Elizabeth Borges, presidente do CFESS também participou do evento. Do CRESS Goiás, participaram também as conselheiras Maria Conceição Padial, Paula de Oliveira da Silva, Luzinete Rezende da Incarnação e o conselheiro Luzenildo Petronilo da Costa, além da agente fiscal Renata Carvalho Resende. De Goiás, participaram ainda as professoras Carmen Regina Paro, Sandra de Faria e Denise Andrade Neves, da PUC Goiás; George Ceolin, Neimy Batista e Selma Aparecida Leite, da UFG/Regional Goiás e os estudantes Joel dos Santos e Raquel, do Centro Acadêmico Carlos Marighella, da mesma Regional.
CRESS Goiás
Assessoria de Comunicação
Cláudio Marques - DRT 1534