Valeu a pena lutar! A avaliação é da assistente social, conselheira do Conselho Regional de Serviço Social – CRESS Goiás e do Conselho Municipal de Saúde de Goiânia, Nara Costa, diante de compromisso assumido pelo Secretário Estadual de Saúde, Ismael Alexandrini Júnior, de que restabelecerá a Gerência de Saúde Mental da SES-GO, que havia sido extinta pelo atual governo. O resgate da instância e dos serviços, inclusive do nome da gerência, serão retomados formalmente pelo governo que irá encaminhar para a Assembleia Legislativa tais solicitações.
Os compromissos foram selados em audiência esta semana (foto), que contou com a participação de representantes do Conselho Regional de Serviço Social, do Conselho Regional de Psicologia, do Conselho Regional de Enfermagem, da Associação de Usuários do Serviço de Saúde Mental do Estado de Goiás, do Fórum Goiano de Saúde Mental e do Coletivo Desencuca. A agenda vitoriosa foi articulada pela deputada estadual Adriana Accorsi, do PT.
Nara Costa ressalta a importância da luta das/os profissionais de carreira que atuam na política de saúde mental que “fizeram uma verdadeira cruzada de luta, buscaram apoio do CRP, do CRESS, dos conselhos de saúde e da sociedade de modo geral, demonstrando que lutar vale a pena, especialmente considerando-se que a causa é extremamente justa”, destaca. “Também agradecemos o empenho da deputada Adriana Accorsi que de pronto assumiu a causa”, afirma a conselheira do CRESS.
Assim que foram acionados, o CRP e o CRESS elaboraram e divulgaram amplamente notas de repúdio à extinção da Gerência de Saúde Mental da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás. As notas tiveram grande repercussão, tendo mobilizado somente na página do CRESS cerca de 4 mil pessoas. Na nota pública, os conselhos avaliaram os irreparáveis prejuízos que tal medida provocaria na estruturação e implementação da Política de Saúde Mental no Estado.
O documento ressalta que a Gerência foi instituída a partir das diretrizes da Reforma Psiquiátrica que no Brasil tem como marco legal a Lei Federal 10.216/2001, que redireciona o modelo assistencial em Saúde Mental no Brasil. Reconhece ainda que a Gerência de Saúde Mental de Goiás contribuiu de forma decisiva com os municípios na organização da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), formada pelos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Residências Terapêuticas, Leitos de Saúde Mental em Hospital Geral, Centro de Convivência e Equipes de Consultórios de Rua.
A nota enfatiza que o modelo econômico e social vigente tem levado cada vez mais pessoas à graves situações de sofrimento e adoecimento mental, como mostram dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que evidenciam que nos próximos 20 anos a depressão se tornará o agravo em saúde mais comum e incapacitante do mundo, gerando custos econômicos e sociais para os governos e os sistemas de saúde, devido aos gastos com tratamento para a população e às perdas na produção.
No manifesto, o CRESS, além do restabelecimento da Gerência Estadual de Saúde Mental, reivindica a sua manutenção e a garantia de investimentos nesta estrutura governamental, como forma de fortalecimento dos serviços destinados às pessoas que sofrem de transtornos, bem como àquelas vítimas do uso abusivo de álcool e outras drogas. A audiência com o secretário estadual de saúde ocorreu na segunda-feira, 9 de setembro.
*foto: Mandato Adriana Accorsi
CRESS Goiás
Assessoria de Comunicação
Cláudio Marques – DRT 1534