Em 17 de abril de 1996, dezenove trabalhadores rurais sem terra foram executados pela polícia militar no episódio que ficou mundialmente conhecido como Massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido no sudeste do Pará. Os trabalhadores do Movimento dos Sem Terra faziam uma caminhada até a cidade de Belém, quando foram impedidos pela polícia de prosseguir. Mais de 150 policiais – armados de fuzis, com munições reais e sem identificação nas fardas – foram destacados para interromper a caminhada, o que levou a uma ação repressiva extremamente violenta e na morte dos trabalhadores.
Na foto de João Roberto Ripper, o momento do sepultamento das 19 vítimas do massacre no cemitério de Curionópolis.
Para manter vivo na memória do País o massacre que completou 23 anos, ao longo da semana passada o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) organizou uma série de atos e manifestações.
As homenagens à memória dos 19 trabalhadores sem-terra assassinados integram a programação do Abril Vermelho, que reafirma a luta pela reforma agrária e contra retrocessos impostos pelo governo Bolsonaro. No local onde os trabalhadores foram assassinados, foi montado um acampamento, com cerca de mil jovens da região amazônica, prestando homenagem às vítimas.
"Chegamos hoje, 23 anos desse massacre, e não temos muita coisa a comemorar. Infelizmente, o governo que está aí não tem compromisso com a reforma agrária”, avalia o membro da coordenação nacional do MST João Paulo Rodrigues, em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual. "Mas vamos para as ruas para lamentar o que está acontecendo e celebrar as conquistas que tivemos. O MST continuará firme na reforma agrária, mesmo com todas essas adversidades", destacou.
Saiba, em análise mais profunda, do jornalista Leonardo Sakamoto, o que foi o massacre defendido por Bolsonaro: https://bit.ly/2NUomcD
Fontes: Anistia Internacional; Rede Brasil Atual; MST; Diário do Centro do Mundo; UOL.
CRESS Goiás
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Cláudio Marques – DRT 1534