O Cress Goiás apoia a decisão judicial de afastamento da diretora do Grupo Executivo de Apoio a Crianças e a Adolescentes (Gecria), Luzia Dora Juliano Silva, por denúncias de assédio moral e abuso de autoridade em ação civil pública promovida pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO).
Em nota pública assinada também por Fórum SINASE-GO, Conselho Estadual da Criança e do Adolescente, Conselho Tutelar de Goiânia, Movimento de Meninos e Meninas de Rua – GO, Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Balduíno, Coletivo Liberdade e Associação Mulheres na Comunicação, as organizações lamentam que somente após a barbárie que vitimou 10 adolescentes no incêndio do dia 25 de maio, no Centro de Internação Provisória (CIP), o Estado de Goiás tenha obedecido a uma determinação judicial de afastamento da diretora geral do Gecria.
As entidades de luta pelos direitos de crianças e adolescentes expressam ainda preocupação com a lisura do processo de investigação feito pela Secretaria Estadual da Mulher, do Desenvolvimento Social, da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos e do Trabalho, cujo relatório final, segundo informações publicadas pelo Jornal O Popular (13/08/2018), “ignorou 15 depoimentos de funcionários que alegaram a falta de extintores no momento da tragédia”.
E exigem uma investigação transparente, isenta e independente que ouça os trabalhadores e trabalhadoras, assim como os policiais militares do 7º Batalhão, presentes no dia do incêndio, e não apenas os gestores do CIP.
A integra da nota:
NOTA DE APOIO À DECISÃO JUDICIAL DE AFASTAMENTO DA DIRETORA GERAL DO GECRIA E EM DEFESA DE UMA INVESTIGAÇÃO TRANSPARENTE
Manifestamos apoio à decisão judicial proferida pelo juiz Wilson Safatle Faiad, no dia 7 de agosto, que determinou o afastamento da diretora geral do Grupo Executivo de Apoio a Criança e Adolescente (Gecria), Luzia Dora Juliano Silva, por denúncias de assédio moral e abuso de autoridade em ação civil pública promovida pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO). O promotor Vilanir de Alencar Camapum Júnior propôs a referida ação de proteção ao meio ambiente de trabalho.
Não é a primeira vez que a Justiça se manifesta a respeito da atuação da gestora do Gecria no Sistema Socioeducativo. Em 2016, a juíza Zilmene Gomide da Silva Manzolli, em decisão liminar, também determinou que o Estado de Goiás a afastasse, pelo menos provisoriamente, do cargo ocupado. Nesta liminar, a juíza considerou a desproteção da saúde física e mental dos servidores, “que vinham sofrendo perseguições, transferências indevidas, deixando-se afastar por medo de perderem as gratificações”. Na época, o governo manifestou-se com um pedido o indeferimento da medida liminar.
Destacamos a atuação dos juízes Zilmene Gomide da Silva Manzolli e Wilson Safatle Faiad, assim como o promotor Vilanir de Alencar Camapum Júnior, pela atuação em defesa da dignidade e dos direitos humanos no ambiente do Sistema Socioeducativo goiano.
Lamentamos profundamente que somente após a barbárie que vitimou 10 adolescentes no incêndio do dia 25 de maio, no Centro de Internação Provisória (CIP), o Estado de Goiás tenha obedecido uma determinação judicial de afastamento da diretora geral do Gecria.
Expressamos ainda grande preocupação com a lisura do processo de investigação feito pela Secretaria Estadual da Mulher, do Desenvolvimento Social, da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos e do Trabalho, cujo relatório final, segundo informações publicadas pelo Jornal O Popular (13/08/2018), “ignorou 15 depoimentos de funcionários que alegaram a falta de extintores no momento da tragédia”.
Exigimos uma investigação transparente, isenta e independente que ouça os trabalhadores e trabalhadoras, assim como os policiais militares do 7º Batalhão, presentes no dia do incêndio, e não apenas os gestores do CIP.
Pedimos ainda respeito à dignidade e proteção da saúde física e mental dos trabalhadores e trabalhadoras do Sistema Socioeducativo de Goiás, dos adolescentes que ainda permanecem internados na unidade e de todos os familiares envolvidos.
Assinam esta nota:
Fórum SINASE-GO
Conselho Regional de Serviço Social
Conselho Estadual da Criança e do Adolescente
Conselho Tutelar de Goiânia
Movimento de Meninos e Meninas de Rua – GO
Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Balduino
Coletivo Liberdade
Associação Mulheres na Comunicação.
Goiânia, 15 de agosto de 2018.
Assessoria de Comunicação
Cláudio Marques – MTE 1534
*Arte/fonte: https://bit.ly/2KXFICO