A mobilização foi no dia 3 de março, à tarde, contra a discriminação sofrida pela residente de serviço social do Hospital das Clínicas da UFG, Elaine de Moura Correa
Cerca de 20 mulheres e homens do movimento negro se encontraram na tarde do dia 3 de março, em frente ao Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Goiás (UFG), para promoverem um ato contra a discriminação sofrida pela residente de serviço social da unidade, Elaine de Moura Correa, de 27 anos. Um médico do hospital teria perguntado à ela se a mesma levou um choque elétrico antes de sair de casa, por causa de seu cabelo afro.
O ato não foi isolado. Segundo Elaine, as piadas discriminatórios eram constantes e chegaram a oferecer cremes de alisamento para ela. “Cheguei a ficar doente, me sentia perseguida e humilhada porque resolvi assumir o meu cabelo crespo, ao qual referiam como ruim ou rebelde”, conta.
Para a presidente do Conselho Estadual de Igualdade Racial, a historiadora Janira Sodré, além de buscar um apoio da instituição, a presença dos jovens e adultos do movimento negro e os cartazes com frases como “O meu cabelo não ruim. Ruim é o seu preconceito”, também objetivou tocar aqueles que passavam pelo local e que podem reproduzir atitudes racistas consciente ou inconscientemente. “O cabelo natural é identidade e a pressão da indústria cosmética e da sociedade para que as mulheres negras alisem seu cabelo é uma forma de querer que a mesma negue suas raízes.
O diretor geral do HC, José Garcia Neto, informou que tomará as atitudes administrativas cabíveis, publicará uma nota de repúdio no site da estabelecimento e promoverá ações de conscientização. “Esse fato só chegou ao conhecimento da direção agora, mas se tivesse vindo antes, já teríamos tomados atitudes administrativas, além da manifestação contrária. Somos contrária a qualquer ato agressivo e discriminatório, seja ele de cunho racial, moral ou sexual”.
Fonte: Geledés Instituto da Mulher Negra