A Assembleia Legislativa de Goiás realizou na tarde desta segunda-feira, 20 de maio de 2024, a Audiência Pública “Em Defesa da Luta Antimanicomial e da Rede de Atenção Psicossocial em Goiás”. O cuidado em liberdade e uma rede qualificada para o atendimento digno a usuários e usuárias são princípios do movimento que tem maio como o mês da luta antimanicomial.
A iniciativa foi do deputado estadual Mauro Rubem (PT), em parceria com representantes de entidades da área de saúde mental: Fórum Goiano de Saúde Mental, Conselho Regional de Psicologia (CRP), Associação dos Usuários de Saúde Mental do Estado de Goiás (AUSSM/GO), Coletivo Desencuca e Sarau Goiano da Saúde Mental.
O deputado afirmou que a Rede de Atenção Psicossocial – RAPS é a base da Atenção em Saúde Mental. “A atenção à população nessa área só é possível com uma boa rede pública de vigilância, acolhimento e acompanhamento multidisciplinar. Somente com a participação das prefeituras, organizando e estruturando os Centros de Atenção Psicossocial – CAPS e com um corpo profissional em saúde mental adequado, teremos a qualidade que a população tem direito”.
Os CAPS são destinados ao atendimento de pessoas com sofrimento mental grave, incluindo aquele decorrente do uso de álcool e outras drogas, seja em situações de crise ou nos processos de reabilitação psicossocial.
FÓRUM GOIANO
Representante do Fórum Goiano de Saúde Mental e membra do Coletivo Desencuca, a psicóloga Heloiza Massanaro foi enfática em defender maior investimento nos chamados CAPS III, que atendem prioritariamente pessoas em intenso sofrimento psíquico decorrente de problemas mentais graves e persistentes, incluindo aqueles relacionados ao uso decorrente de álcool e outras drogas, e outras situações clínicas que impossibilitem estabelecer laços sociais e realizar projetos de vida.
Paralelo a isso, ela considera fundamental se reduzir ao máximo os leitos psiquiátricos e o tempo de permanência em caso de internações. “Em Goiás, o tempo de permanência (internado) tem aumentado, o que é inaceitável”, denuncia. Massanaro defende ainda que a gestão das unidades da Rede de Atenção Psicossocial – RAPS seja composta por “profissionais qualificados e comprometidos com o Sistema Único de Saúde e a política de saúde mental do cuidado em liberdade”, destaca.
CRESS GOIÁS
Na mesma linha de pensamento, Sueli Almeida ressaltou a importância de usuários e usuárias “terem um lugar de preferência, de protagonismo nessa história de luta”. Em sua fala a representante do CRESS Goiás evidenciou o que está em jogo desde a década de 1970, no Brasil: “Estão em jogo o nosso projeto sanitarista de saúde coletiva e do outro lado o projeto privatista”.
Almeida reafirmou a defesa de recursos humanos eficazes, competentes e bem remunerados, contratados por meio de concurso público, estrutura básica adequada e educação permanente das e dos profissionais, como condições obrigatórias para o bom funcionamento da RAPS. Também representou o CRESS na audiência a agente fiscal Renata Resende.
A íntegra da audiência pública está disponível no Youtube da TV Alego, no link abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=RgZHJP5JQJw
*com informações da Alego
Conselho Regional de Serviço Social 19ª Região - CRESS Goiás
Gestão Serviço Social é luta coletiva, organização e resistência – 2023/2026
Assessoria de Comunicação
Cláudio Marques – DRT 1534
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