Novo volume traz dados complementares sobre a categoria
Você conhece a categoria de assistentes sociais? Sabe o que fazem, onde trabalham, em quais condições? Estas informações constam da primeira unidade do livro Perfil de Assistentes Sociais no Brasil: Formação, Condições de Trabalho e Exercício Profissional, divulgado em 2023. Agora, o CFESS divulga o livro “Formação, Trabalho e Participação Sociopolítica: dados complementares ao Perfil de Assistentes Sociais no Brasil”.
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Nesta segunda fase da análise dos dados, realizada pelas assistentes sociais e professoras Ivanete Boschetti (UFRJ), Raquel Raichelis (PUC/SP) e Rosa Prédes (UFAL), como continuidade e complementação do processo de pesquisa, é possível refletir sobre como se dão as condições de vida e de trabalho, ampliando horizontes para os aspectos que envolvem participação e organização política da categoria.
Os dados da fase 2 do relatório da Pesquisa Nacional tiveram como base as informações de um total de 9.442 assistentes sociais, que respondeu voluntariamente ao que foi denominado como “pesquisa complementar facultativa”, conforme explicam as autoras na apresentação. Segundo a assistente social, professora da UFRJ e pesquisadora Ivanete Boschetti, o relatório traz dados novos e importantes sobre a relação entre local de moradia e trabalho; apresenta algumas conexões entre idade e modalidade/tipo de formação acadêmica e acesso às informações e instrumentos de comunicações do Conjunto CFESS-CRESS; destrincha com mais elementos a natureza do trabalho, demonstrando as condições de trabalho e rendimentos por área de atuação nas políticas sociais, inclusive revelando situações de adoecimento em decorrência das relações de trabalho e tipos de estratégia e instrumentais utilizados no processo de trabalho.
“O documento também agrega informações inovadoras no que se refere à participação sociopolítica de profissionais em movimentos sociais, sindicatos, associações, e espaços de representação em Conselhos de defesa de direitos, dentre outros. Elucida como vem se dando a participação de profissionais em atividades promovidas pelas entidades da categoria e em espaços organizativos e deliberativos do Conjunto CFESS-CRESS", acrescenta a professora.
O dado positivo a ser destacado é que a maioria de pessoas que respondeu à pesquisa utiliza as resoluções do CFESS para auxiliar seu trabalho, além das orientações relativas à formação profissional publicadas pela Abepss, o que reforça a importância da articulação histórica entre as entidades e seu investimento na produção de documentos que abordam as dimensões ético-políticas e técnico-operativas da profissão.
Boschetti ressalta ainda que as análises revelam uma profissão ainda majoritariamente constituída por mulheres cisgênero, majoritariamente negras (pretas e pardas), submetidas a relações patriarcais e de fortes desigualdades de gênero e raça. Em relação à formação profissional, a pesquisadora aponta que o contingente graduado em cursos presenciais segue sendo maioria, e destaca a preocupação revelada pelas informações de que graduadas e graduados em EaD tiveram menor participação na pesquisa, acessam com menos frequência a página do CFESS, utilizam menos legislações regulamentadoras da profissão, como Código de Ética, Lei de Regulamentação e Resoluções do CFESS.
“Esse segundo relatório, somado ao primeiro já lançado, congrega um conjunto de informações imprescindíveis para conhecermos as tendências de transformação da profissão, que em breve se tornará nonagenária. Acreditamos que a leitura e o uso das informações desses relatórios por profissionais e por nossas entidades podem ser impulsionadores e alimentadores da direção colocada pelo projeto ético-político do Serviço Social brasileiro”, conclui Boschetti.
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