Análise de conjuntura, apresentação do plano de trabalho da gestão e eleição de delegadas e delegados ao Encontro Descentralizado Centro-Oeste e ao Encontro Nacional CFESS-CRESS estiveram em pauta.
Histórica e memorável! Assim pode-se definir o que foi a 1ª Assembleia Geral Ordinária do CRESS Goiás, realizada sexta-feira, 7, em auditório na Câmara Municipal de Goiânia. Participaram 82 profissionais assistentes sociais da capital e de várias cidades do interior do estado.
Performance
O encontro foi aberto às 14h30 com bela performance cultural. Danilo D’Volt apresentou os ‘raps cordel’ autorais “De Bermuda e boné”, sobre a vida, e “O povo na rua”. E Sara Ribeiro Silva interpretou duas lindas e engajadas poesias de Daniela Castilho: “Preservar sonhos”, que fala em resistência e emancipação humana, e “Existimos”, que nos instiga a insistir, persistir e infringir ‘para fazer brotar a nova ordem’ e ‘promete: ninguém solta a mão de ninguém’. Artistas, Danilo e Sara são assistentes sociais e compõem a nova direção do Conselho.
Análise de conjuntura
Em seguida, o assistente social, Doutor, professor do curso de Serviço Social da UFG/Câmpus Goiás, Álison Cleiton de Araújo, fez uma potente análise de conjuntura. Ao abordar o tema “Serviço Social: Necessário para o Brasil”, ele chamou a atenção para o processo de digitalização do trabalho que toma conta das profissões, com impacto direto também no labor de assistentes sociais. “Aplicativos e tecnologias mediam tudo. O contato direto está desaparecendo”, alertou.
Araújo trouxe à memória as reformas neoliberais implementadas na década de 1990, pelos governo FHC, por meio das quais se reduziu ao máximo a atribuição do estado como executor e gestor de políticas públicas sociais, entregando essa responsabilidade a ONGs, OSCIPs e, principalmente, às chamadas Organizações Sociais (Oss), tendo Goiás como um dos primeiros a adotar este nefasto modelo de gestão.
Se esse processo teve um suspiro com as administrações democráticas e populares de Lula e Dilma, de 2003 a 2015/16, voltou forte a partir do golpe de Temer e da eleição do ultradireitista Bolsonaro que, apoiados pelo Congresso Nacional, entre outras, aprovaram reformas como a previdenciária e a trabalhista que retiraram ainda mais direitos da classe trabalhadora. “Assistentes sociais e outros profissionais têm sido obrigados a se submeter a relações de trabalho mercantis, a processos celetivos, por meio de credenciamento, pregões, ampla concorrência, cartas-convite, tudo sem direito algum, com baixos salários, carga horária vergonhosa. O cenário é catastrófico, barbarizante!”, denunciou o professor.
Professor Doutor Álison Cleiton: análise de conjuntura
Mas há esperança! Para Álison Cleiton, “o processo de precarização das relações de trabalho exige de nós uma atenção distinta. Não podemos admitir qualquer processo de exploração do trabalho”, avalia. Nesse sentido, ele considera central o debate sobre os concursos públicos como forma principal de ingresso no serviço público. E sugere que o conjunto CFESS-CRESS realize uma campanha nacional com essa bandeira de luta. Essa campanha além de materiais de divulgação deve envolver "ações com gestores para demonstrar à sociedade e contratantes que assistentes sociais não são mercadoria barata, e compõem uma profissão que exige complexidade intelectual", ressaltou.
“Nós assistentes sociais somos de uma profissão enraizada nas lutas sociais, na defesa dos direitos, na construção da mediação direta com a população. Por isso, nosso trabalho é mais do que necessário. Somos protagonistas de uma escolha que fizemos na década de 1980, o nosso projeto ético-político profissional”, concluiu chamando a categoria à resistência e à luta.
Plano de Trabalho
Wesley Junio e Sueli Almeida, respectivamente vice e conselheira-presidente do CRESS Goiás: construção coletiva como um princípio inalienável
Em seguida, a Conselheira-presidente do CRESS Goiás, Sueli Almeida, e o vice, Wesley Junio, apresentaram o plano de trabalho da nova gestão. O plano traz as prioridades do colegiado, tendo como foco a consolidação do Projeto Ético-Político do Serviço Social e a sua vinculação aos interesses e necessidades da classe trabalhadora, na perspectiva da emancipação humana. Envolve apoio e protagonismo em lutas gerais e na articulação com movimentos sociais, e em causas especificas como pela realização de concursos públicos, plano de carreira, regulamentação da lei 13.935, por mais e melhores salários e condições de trabalho, combate ao racismo, anticapacitismo, enfrentamento à LGBTQIA+Fobia, entre outras. A nova gestão atuará ainda pelo fortalecimento do trabalho das comissões regimentais e dos espaços de formação profissional continuada.
“Nós temos a liberdade como valor ético central e a construção coletiva como um princípio inalienável, na nossa relação com a categoria profissional, com a classe trabalhadora da qual fazemos parte, com os movimentos sociais, com as nossas entidades parceiras, CFESS, ABEPSS e ENESSO. Sabemos e vamos trabalhar dia e noite na defesa e reafirmação da nossa profissão como absolutamente necessária para a construção de um Brasil melhor”, destacou Sueli Almeida.
Delegadas e delegados eleitos
Na sequência foram eleitas/os delegadas/os, da base e da diretoria do CRESS, que representarão a categoria no 27º Encontro Descentralizado da Região Centro-Oeste, que será em Goiânia, de 28 a 30 de julho; e no 50º Encontro Nacional do Conjunto CFESS/CRESS, de 7 a 10 de setembro, em Brasília-DF.
Após se disporem e se apresentarem, argumentando o que as motivava, foram eleitas/os, pela base, como delegadas/os, Fernanda Michelle de Oliveira Almeida, Girlene Lima de Sousa, Ilana da Silva Fernandes, Ludimila Coelho de Lima e Rodrigo Moura; e para a suplência: Brísida Francisco da Conceição, Jefferson Mesquita da Conceição e Wellitomar Silva Costa.
A Assembleia também homologou as cinco indicações do Conselho Pleno do CRESS, para delegadas aos dois encontros: Dorivânia Amaral, Emiliana Pereira dos Santos, Fernanda Felisberto Bueno, Sara Martins e Sueli Almeida. A delegação toda foi eleita pela quase unanimidade das pessoas presentes à Assembleia, tendo uma única abstenção.
Suplentes e titulares da Delegação de base eleita aos encontros Descentralizado Centro-Oeste e Nacional CFESS-CRESS. Assembleia também homologou cinco indicações do Pleno do Conselho.
Um lanche coletivo marcou o final da Assembleia que deixa em nossa memória perpectivas altamente alvissareiras!
Acesse nos links abaixo o Plano de Trabalho do CRESS Goiás (2023-2026) e às mais de 100 fotos da assembleia:
- Plano de Trabalho do CRESS Goiás – 2023-2036
- Álbum de fotos da 1ª Assembleia Geral Ordinária do CRESS Goiás em 2023
Conselho Regional de Serviço Social 19ª Região - CRESS Goiás
Gestão Serviço Social é luta coletiva, organização e resistência – 2023/2026
Assessoria de Comunicação
Cláudio Marques – DRT 1534
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